Reviravolta
Nunca, jamais, na história deste país, assistimos a uma reviravolta política como a que aconteceu na última eleição para a presidência do Senado Federal.
Esperava-se, com os novos tempos, a derrota por unanimidade do senador com residência e Memorial em São Luis (capital do seu Estado natal) - mas eleito, repetidas vezes, pelo Amapá.
O mandato de senador do maranhense pelo Amapá é legal, mas imoral. Cheira a um estelionato eleitoral de grosso calibre.
Para se perpetuar no poder, essa foi a única saída, já que no seu Estado natal, segundo dizem, não se elege. Muitos pensam que ele mora no Memorial que leva o seu nome – homenagem dos seus amigos.
Todo o Brasil conhece essa anomalia, e se cala! E ainda encontro gente falando em futuro, quando o Brasil é um país do passado.
A eleição do Senado me fez lembrar um antigo personagem do Jô Soares, que há anos estava na UTI de um hospital em coma induzido. Um dia os médicos resolveram acordá-lo. Totalmente desorientado, fez algumas perguntas sobre acontecimentos de antes do seu coma. Diante das respostas, desesperado, solicita aos médicos para colocar o tubo novamente. Preferiu ficar entubado pelo resto da vida.
É mais ou menos assim que vejo essa eleição.
A sociedade tornou-se pragmática como os políticos. Começou a trabalhar com resultados materiais, enterrando o velho e obsoleto humanismo. A filosofia em vigor é: “Cada um por si e Deus por todos”.
Como educar os nossos jovens, que, passivos, a tudo assistem?
E adianta indignar-se diante de velhinhos infratores dos princípios republicanos?
Dos nossos senadores, tenho certeza que o vencedor rachou a nossa bancada com o seu discurso prometendo quebrar paradigmas.
Ah! Que situação!
Gabriel Novis Neves
01-02-2011
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